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Assédio e importunação sexual no BBB 23: metade das mulheres já tiveram seu corpo tocado sem consent

Foto do escritor: Escola de RádioEscola de Rádio

Por Camila Custódio

O corpo de uma mulher não é território público para ser tocado, avaliado, julgado, usado ou agredido! Mas, mesmo a importunação sexual sendo crime, pesquisas indicam que metade das mulheres já tiveram seu corpo tocado sem consentimento em um espaço coletivo.

Ser mulher no Brasil é sofrer algum tipo de prática invasiva, importunação, perseguição e assédio sexual em algum momento da sua vida.

Cultura do assédio

Infelizmente, não só as pesquisas, mas também as estatísticas e o noticiário mostram que o número de mulheres violentadas cresce de forma absurda e assustadora a cada ano levando muitas à morte.

Para muitos, a prática do assédio ainda é vista como uma brincadeira na cultura da pseudo permissividade, onde o machismo subsidia a prática justificada pelos excessos de álcool, drogas, pelo comportamento da vítima ou a roupa usada por ela e faz com que o os homens não reconheçam a sonoridade da palavra “não”.

Afinal, o não é e será não, sempre. E um não já basta. Ou deveria bastar…

Ferramentas de auxílio à mulher

O lado bom é que a representatividade feminina ganhou força. Por exemplo, através da Lei de Importunação Sexual (13.718/2018), da união entre as mulheres, dos aplicativos para denúncias, de campanhas de conscientização e das redes sociais.

Ter uma lei que garanta a representatividade e o direito de todas nós, mulheres, se divertirem, com muita ou pouca roupa, ou até sem roupa; direito de usar nosso corpo e nossa voz como símbolo de luta, e não de um convite, é uma grande vitória.

Mais do que a preservação da nossa integridade física e da nossa liberdade de escolha, estamos falando também da nossa integridade emocional. Afinal, enquanto muitos estão em um momento de diversão, outras estão sendo marcadas por memórias de dor, sofrimento e constrangimento.

Denúncia contra o abusador

Dados de assédio e importunação sexual no Brasil.

Práticas invasivas, importunação, perseguição e assédio sexual: percepções de mulheres. Fonte: (Instituto Patrícia Galvão/Ipec, 2022)

Apesar do número alarmante, menos de 30% de mulheres se sentem encorajadas a denunciarem o abusador. Seja pelo trauma, pela vergonha ou até mesmo pelo modelo construído de que a vítima ainda é a culpada pelo ocorrido.

Embora muitas mulheres sintam-se representadas no movimento de Empoderamento Feminino, ainda falta coragem para efetivar a denúncia, o que no contexto atual da nossa sociedade onde casos de feminicídios são divulgados diariamente, é compreensível que as mulheres ainda sintam-se desencorajaras ou fragilizadas.

Assédio e importunação sexual no BBB 23

Bruna e Dania foram vítimas de assédio e violência sexual no BBB.

Fonte: Globoplay

A discussão do caso de assédio e importunação sexual no BBB 23 com a participante Dania é mais do que necessária e ressalta a importância desse movimento para o fortalecimento da construção dessa nova cultura de enfrentamento ao assédio.

Vale lembrar que cada “não”, cada denúncia, cada pedido de ajuda, cada mão estendida, cada hashtag nos fortalece e nos ajuda a sair dessa posição de vulnerabilidade.

Fonte de Dados de Violência Contra Mulher: Instituto Patrícia Gal

Matéria: Camila Custódio – Fashion Bubbles

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