Ao longo da Semana Internacional da Mulher, destacaremos histórias de mulheres incríveis que, com talento, criatividade e ousadia, abriram caminho e transformaram o cenário da comunicação.
Maria Graham: Uma Testemunha Ocular da História do Brasil
Maria Graham deixou um registro histórico invaluable de sua passagem pelo Brasil em um período crucial: a época da Independência.
Viagens e Escritos:
Iniciou sua jornada como escritora em uma viagem à Escócia, aprimorando suas habilidades em expedições subsequentes, como a Índia, onde publicou seu primeiro diário.
No Brasil, entre 1821 e 1823, seu diário de viagem se tornou um relato singular dos acontecimentos políticos e sociais da época.
Além de observadora, Graham desempenhou um papel ativo na mediação de negociações entre o governo imperial e a Confederação do Equador.
Seus escritos desafiam as normas da época, abordando temas políticos e sociais geralmente reservados aos homens.
Contexto Histórico:
Início do século XIX: revoluções liberais e contestação às monarquias absolutistas.
1808: chegada da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro, abertura dos portos e criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
1822: Independência do Brasil.
A Viagem ao Brasil:
Desembarque em Pernambuco, com descrições da sociedade, arquitetura, hábitos alimentares e relações de trabalho.
Registro pungente da escravidão em um mercado de escravos em Recife.
Passagem pela Bahia, com detalhes sobre o comércio, cobrança de impostos, atividade portuária e vida cultural.
Chegada ao Rio de Janeiro em 1821, com fascínio pela beleza da paisagem.
Descrição detalhada do mercado de escravos da rua do Valongo.
Encontro com Maria Quitéria:
Em 29 de agosto de 1823, Graham registra o encontro com Maria Quitéria, a primeira mulher a integrar o exército brasileiro.
Descreve a trajetória de Maria Quitéria desde seu alistamento até a condecoração por D. Pedro I.
Um registro importante da participação feminina na luta pela Independência.
Legado de Maria Graham:
Seus diários oferecem uma perspectiva única sobre o Brasil em um momento crucial de sua história.
Sua obra contribui para a compreensão da sociedade brasileira do século XIX, incluindo os contrastes sociais e a questão da escravidão.
Sua voz desafia as normas de gênero da época, reivindicando espaço na esfera pública e na escrita histórica.
Mais do que uma viajante, Maria Graham foi uma testemunha ocular da história do Brasil, um país em formação. Seus escritos perspicazes e engajados nos convidam a revisitar o passado e refletir sobre a construção da nossa nação.
Juntos, podemos construir um futuro mais justo e inclusivo, onde a história de todas as pessoas seja reconhecida e celebrada.
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